O retalho global em 2009
Hiper Super
16 de Dezembro de 2008
O que vai acontecer no sector do retalho – para não falar da economia global – em 2009? Esta é a questão lançada pela National Retail Federation (NRF) depois das incertezas e consequente crise que afectou o final de 2008.
O resultado das eleições norte-americanas, com a eleição de Barak Obama para líder dos destinos da ainda maior economia do mundo, trouxe uma aparente lufada de ar fresco a uma economia global que se encontrava à espera de um sinal.
Mas será que 2009 vai ser diferente? Será que é possível restaurar a confiança no consumidor para níveis respeitáveis? A resposta dos analistas da NRF é: “sim, é possível”. De acordo com os analistas, a confiança dos consumidores irá ser restabelecida nos próximos meses e irão ficar mais predispostos a abrir as carteiras.
No entanto, “é importante lembrar que, apesar de a situação melhorar, não iremos voltar ao cenário anterior nem desfazer o que foi feito”, adiantam os analistas. “Um novo ‘normal’ emergirá em 2009 ao mesmo tempo que os retalhistas e consumidores voltam a calibrar os valores e repensam as expectativas. Já é possível ver que as atitudes mudaram em relação ao gastar e a visão empresarial está focada na sustentabilidade, optimização e transformação”.
Megan Connif, editora da NRF, refere que “o ano novo será o tempo dos retalhistas traçarem investimentos que posicionarão as empresas para os próximos 12 ou 18 meses, um tempo que permitirá desafiar e alterar velhas maneiras de pensar e focar as mentes numa cultura de inovação”.
Do lado dos consumidores, estes terão uma visão diferente para 2009. A vontade desmesurada para o consumo e gastar pertence ao passado, passando as compras a serem efectuadas de forma consciente. Os analistas referem que existe um novo trend: “Cheap is cool”, ou seja, “barato é fixe”.
O relatório da NRF admite, também, que as marcas próprias irão sofrer uma quebra nas vendas nos próximos 12 meses, revelando que os retalhistas irão confiar nas marcas de fabricante para captar a confiança dos consumidores. Porquê? Porque os produtos dos fabricantes estão a ser negociados a preços mais reduzidos e os próprios departamentos de vendas das empresas começam a negociar a preços mais baixos só para manter os seus produtos nos lineares dos retalhistas.
O tempo, ou melhor, a falta de tempo também será um factor muito importante a ter em conta para 2009. Segundo os analistas, os consumidores querem fazer as suas compras o mais rapidamente possível, seja offline ou online, e a experiência de compra dos consumidores será baseada no produto.
Do lado das tecnologias a aplicar no retalho, o relatório da NRF refere que no próximo ano a questão não se põe em termos de tecnologia, mas na resolução de problemas operacionais. “A explosão de dados é real. Entender como negociar, dissecar os dados de modo a tomar as decisões certas fará a diferença entre os vencedores e vencidos”.