Um total de 43% dos europeus não vai mudar os seus hábitos de consumo nem o canal utilizado para efectuar a compra, ou seja “continuará a comprar principalmente, ou mesmo exclusivamente, nas lojas”, revelam dados do Barómetro Europeu do Observador Cetelem.
Portugal destacou-se na análise por ficar acima da média europeia (53%) e ser dos países da Europa que mais pesquisa sobre os produtos na Internet e depois vai comprá-los à loja. “A análise demonstra que existe uma tendência clara para a convergência, cada vez mais forte, entre os dois canais de distribuição, ao invés de uma separação”, revela o estudo.
Portugal surge na análise como um país que “continua a ser apologista das compras nas lojas”. Quando questionados sobre a possibilidade de pesquisar na loja e comprar depois pela Internet, os portugueses são ainda um pouco cépticos. Apenas 6% admitem fazê-lo para produtos como TV, hi-fi, vídeos e electrodomésticos, uma percentagem inferior à média europeia (14%).
TV, hi-fi e vídeo
TV, hi-fi e vídeo estão entre os produtos que os portugueses gostam de pesquisar online e efectuar a compra no in situ (63%). Em segundo lugar, surgem os electrodomésticos (62%) e, em terceiro, os produtos de decoração e mobiliário (53%). Em menor número são citados os produtos de bricolagem e jardinagem (47%). “Os consumidores utilizam a Internet para poder encontrar informação e opiniões, antes de passarem para o acto da compra. Para as marcas e distribuidores, é necessário, a partir desta etapa, atrair o consumidor oferecendo um conteúdo online rico, bem implementado e que ofereça uma verdadeira fluidez de navegação. Isto traduz-se igualmente nos consumidores europeus que vão procurar online promoções ou vouchers. 70% têm este reflexo e 22% dos europeus não convertidos consideram esta prática muito útil, sinal de um potencial complementar”.
A Internet não é assim utilizada apenas como um canal de compra, mas como um canal de acesso à loja, conclui o estudo.
“Um total de 11% dos europeus declara mesmo que efetuará cada vez mais as suas compras nas lojas. Até há dez anos, previa-se que os comércios se transformassem em simples entrepostos ou showrooms de apresentação de produtos. Nesta análise, percebe-se que é uma imagem que já não faz sentido”.