Colocar Lisboa e Portugal no centro do mundo criativo e mostrar que é possível exportar a criatividade nacional. Estes são objetivos do Festival IN, que começa amanhã, explicados em entrevista ao Briefing pela diretora de Área de Feiras da FIL, Fátima Vila Maior.
Briefing | Porquê o Festival IN?
Fátima Vila Maior | A Fundação AIP, enquanto entidade de âmbito nacional e cujo objetivo primeiro é o de contribuir para o progresso e desenvolvimento do tecido empresarial nacional no domínio económico, organizativo, comercial, técnico, tecnológico, associativo, cultural e social, e sabendo da importância que têm hoje em dia as indústrias culturais e criativas, percebeu que havia uma lacuna em Portugal pois não temos um evento deste género. Por isso criámos o Festival IN – Festival Internacional de Inovação e Criatividade, que é o maior encontro de indústrias culturais e criativas alguma vez feito no nosso país e que vai juntar, num espaço de 40.000m2, entre os dias 14 e 17 de novembro, empreendedores, investidores, sonhadores e criadores. Todos eles vão interagir e ter a hipótese de criar e estabelecer novos negócios e potenciar a exportação da criatividade nacional.
Briefing | E IN de quê?
FVM | É IN de INovação, INclusão, INteração, INdústria, INformação e de INternacionalização. O Festival IN, que se distribui pelos quatro pavilhões da FIL, contará, no seu programa, com speed conferences, workshops, espaços de networking, showcases e áreas para os empreendedores exporem as suas ideias e os seus projetos. A FIL será, por isso, um ponto de encontro entre diferentes agentes até então desencontrados (criadores, investidores e consumidor final) que permitirá, não só, fomentar negócio como oferecer, às empresas, uma nova forma de encontrar ideias e soluções inovadoras. O Festival IN apresenta-se como um evento inovador, ancorando experiências sensoriais (interações físicas e virtuais) nos mais diversos sectores, que têm a sua origem na criatividade individual, habilidade e talento – Cultura, Artes, Multimédia, Telecoms e Tecnologias da Informação, Comunicação, Design e Artes Performativas.
Briefing | Que objetivos se propõe atingir com esta iniciativa?
FVM | Acima de tudo a Fundação AIP pretende colocar Portugal, e Lisboa, no centro do mundo criativo. Queremos mostrar ao mundo o que de melhor se faz em Portugal nas indústrias culturais e criativas e queremos, acima de tudo, que Portugal seja visto como um país criativo. Portugal está ainda longe dos índices de criatividade dos países mais desenvolvidos e por isso, com este festival, pretendemos dar o ponto de partida para a diferenciação e afirmação do nosso país no contexto económico internacional.
Briefing | O festival agrega áreas muito distintas: o que tem, por exemplo, um publicitário a ver com um pintor?
FVM | O Festival IN agrega 15 sectores diferentes. Desde artes visuais e performativas, a património, videojogos ou edição e criação literária. Todas estas são atividades que se complementam e que têm a sua origem na criatividade individual, habilidade e talento e com potencial de criação de emprego e riqueza, através da geração e exploração da propriedade intelectual. São negócios complementares que vão estar reunidos num único espaço durante 4 dias. As possibilidades são infinitas. Nos espaços para start ups, por exemplo, um empreendedor estar a apresentar o seu projeto, um investidor ver, achar interessante e chegarem a um acordo de financiamento ou de investimento. É também isto que pretendemos com o Festival IN, a aproximação dos projetos aos investidores.
Briefing | Que benefícios traz esta inclusão às indústrias criativas?
FVM| O Festival IN surge como rampa de lançamento e afirmação das indústrias culturais e criativas portuguesas no contexto internacional. Em Portugal vão estar alguns dos mais importantes investidores nas mais diversas áreas, como por exemplo música e inovação. Esta é uma oportunidade única para todos os portugueses, quer tenham uma pequena ou média empresa, ou até mesmo para as grandes empresas presentes no Festival IN, de apresentarem os seus projetos a quem está disponível para investir.
Briefing | É um festival aberto a ideias e sonhos. Onde fica o lado empresarial?
FVM | O lado empresarial estará sempre presente. Reunindo no mesmo espaço empreendedores, investidores e empresas, o Festival IN será o local ideal para o fomento de novos negócios e projetos. Para isso foram criados diversos espaços para networking e interação, como por exemplo as speed meetings ou os plateaux de networking.
Briefing | Dar escala à criatividade nacional é uma das metas. Como se atinge? A indústria criativa é exportável?
FVM | Todos os números e análises independentes dizem que sim. Se Portugal importa nestes sectores porque não conseguirá começar a exportar? Enquanto Fundação AIP temos como obrigação e desejo contribuir para o desenvolvimento do tecido empresarial português. Esta é uma forma de o fazermos, e através de um sector que tem já diversas provas dadas.
Briefing | O que será um bom resultado deste Festival IN?
FVM | Só o facto de se concretizar é já um bom resultado pois é a primeira vez que se realiza um evento deste género em Portugal e com esta escala e dimensão. Um resultado ideal será dar início ao processo de internacionalização das indústrias criativas e culturais portuguesas.