“Neste novo mundo de infinitas escolhas e nichos, o marketing tornou-se uma atividade mais complexa mas também com maior potencial, tornando-se essencial explorar áreas como o Big Data, o Business CRM ou o Search Engine Marketing, que permitem como nunca antes customizar a oferta”, afirma o diretor de Marketing do Best Bank, Bruno Monteiro, num artigo para o Briefing sobre como a internet mudou o marketing. “No seu livro The Long Tail, Chris Anderson explicou como a Internet provocou uma mudança profunda na cultura e economia, passando-se de um mundo dominado pelo mainstream para uma cauda longa constituída por múltiplos nichos. De facto, no mundo pré-Internet, as nossas escolhas estavam frequentemente limitadas ao espaço de prateleira dos retalhistas físicos, que, por ser limitado e dispendioso, apenas disponibilizava um número limitado de produtos que eram grandes êxitos e economicamente atrativos para os comerciantes. Nesse mundo ouvíamos os discos das grandes bandas que eram vendidos nas lojas e que passavam nas playlists da rádio, líamos os livros disponíveis nas livrarias mais próximas e víamos as séries e filmes que passavam nos poucos canais de televisão disponíveis ou no videoclube de bairro. Nesse mundo, em que éramos todos um pouco parecidos, o trabalho dos marketeers estava facilitado pois rapidamente se agrupava os consumidores em meia dúzia de segmentos e, para atingir uma elevada percentagem do mercado, bastava fazer um anúncio entre o telejornal e a telenovela da noite. Com o surgimento da Internet e dos retalhistas online, o espaço de prateleira tornou-se virtualmente infinito sendo o custo de ter mais um produto disponível marginal, pelo que os consumidores passaram a ter um leque muito maior de opções. De repente, descobrimos que afinal não somos todos iguais e que temos gostos específicos, numa ou noutra área. Plataformas como o iTunes e mais recentemente o Spotify permitem-nos descobrir bandas e estilos de música que anteriormente desconhecíamos. A Amazon tem livros sobre todos os temas imagináveis e, hoje, milhões de portugueses têm acesso a centenas de canais de televisão, desde canais dedicados à tauromaquia ou pesca a canais que só passam ópera. Também no setor financeiro ocorreram profundas alterações. Com o surgimento dos denominados bancos online, assentes em plataformas de arquitetura aberta, passaram a ser disponibilizados milhares de produtos financeiros, independentemente do fornecedor, o que veio criar novas oportunidades de diversificação dos investimentos. Nestes verdadeiros “Supermercados de Fundos” é possível investir nos vários cantos do mundo e em temas tão diversos que vão desde o ouro à água, do turismo à agricultura, do retalho às telecomunicações ou da ecologia ao petróleo. Os investidores já não estão limitados aos Fundos de Investimento que o seu próprio banco gere. Neste novo mundo de infinitas escolhas e nichos, o marketing tornou-se uma atividade mais complexa mas também com maior potencial, tornando-se essencial explorar áreas como o Big Data, o Business CRM ou o Search Engine Marketing, que permitem como nunca antes customizar a oferta e oferecer aos clientes os produtos e serviços mais indicados de acordo com as suas preferências, por mais específicas que elas sejam”.
Bruno Monteiro
Diretor de Marketing do Banco Best
Fonte: Briefing
- 28 maio 2013, Briefing