Chama-se Google Enhanced Campaigns e o foco está no comportamento do utilizador e não no dispositivo. Nos próximos meses a empresa, que detém a principal rede de publicidade online a nível mundial, vai revelar estas alterações, que ocorrerão na plataforma Adwords. Nuno Hipólito, diretor da Resolution Portugal, empresa do grupo OMG, afirmou ao Briefing que um dos ganhos é “conhecer o comportamento cross-device dos utilizadores”. Um restaurante quer atrair clientes para o período do jantar. Lança uma campanha Google com anúncios genéricos das 17h às 20h. Depois das 20h apenas os utilizadores que estão a 10km do restaurante e já pesquisaram por ele anteriormente noutro aparelho (como o computador de secretária) serão impactados com outros anúncios, pensados especificamente para os aparelhos móveis. Este é um exemplo dado por Nuno Hipólito para ilustrar a forma como vão funcionar as Google Enhanced Campaigns. Estas campanhas passarão a ser “pensadas estritamente em função de como podem ser visualizadas”, afirma. “O principal novo insight ganho pelos anunciantes (e agências) será o comportamento cross-device dos utilizadores que antes dificilmente era conhecido em detalhe, permitindo depois “dosear” o custo por clique por aparelho (e ROI respectivo)”, considera ainda o diretor da Resolution. Entre os principais benefícios da nova ferramenta contam-se: a criação de diferentes grupos de sitelinks por aparelho, por exemplo apenas para aparelho móvel e não desktop; permitir aos anunciantes separar os anúncios e os custos por clique de acordo com a situação de cada utilizador; possibilidade de os anunciantes medirem percursos de conversão que incluem múltiplos aparelhos. Segundo Nuno Hipólito o principal desafio “será o facto de deixar de existir a possibilidade de construir campanhas apenas para determinados aparelhos, bem como a impossibilidade de gestão de orçamentos distintos para os mesmos. É também expectável que, pelo menos inicialmente, haja alguma instabilidade em termos de custo por clique, o que poderá impactar negativamente a performance das campanhas já online“.
- Briefing, 11 fevereiro 2013